sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Carboidratos: estrutura e função

      Os carboidratos são as biomoléculas mais abundantes na natureza, sendo constituídas por carbono, hidrogênio e oxigênio, podendo apresentar nitrogênio, fósforo ou enxofre em sua composição. Podem ser poliidroxialdeídos ou poliidroxicetonas, isto é, possuir um grupo que pode ser aldeído ou um grupo cetona e várias hidroxilas, geralmente uma em cada carbono.
Dentre suas diversas funções atribuídas, a principal é a energética, mas podem atuar como elementos estruturais e de proteção de paredes celulares de bactérias, fungos e vegetais, podendo também funcionar como sinalizadores celulares. Alguns carboidratos, como a ribose e a desoxirribose, fazem parte da estrutura de nucleotídeos e dos ácidos nucleicos.
 Qualquer ingestão em excesso de carboidratos, além do necessário para produção de energia, é convertido em glicogênio e triacilglicerol para ser armazenado. O corpo se adapta aos diferentes níveis de ingestão de carboidratos, sendo que, com uma dieta rica em carboidratos, o organismo apresenta maiores níveis de glucoquinase e algumas enzimas envolvidas na via das pentoses fosfatos e na síntese de triacilglicerol. Já uma dieta pobre em carboidratos resulta em níveis altos de enzimas envolvidas na gluconeogênese, na oxidação de ácidos graxos e catabolismo de aminoácidos, podendo afetar os estoques de glicogênio, pois a ingestão de carboidratos está sendo baixa. Como os carboidratos constituem a primeira e principal substância a ser convertida em energia calorífera nas células, sob forma de ATP, nas plantas ele é armazenado como amido nos amiloplastos e nos animais é reservado como glicogênio no fígado e músculos de onde são mobilizados e utilizados como energia para a realização de suas atividades biológicas.

Os carboidratos podem ser classificados em:
Oligossacarídeos: são carboidratos resultantes da união de duas a dez moléculas de monossacarídeos, sendo estes ligados por ligação glicosídica, formada pela perda de uma molécula de água. Dentre os oligossacarídeos, há o grupo dos dissacarídeos, formados pela união de dois monossacarídeos. Os dissacarideos são solúveis em água, mas como não são carboidratos simples, necessitam ser quebrados na digestão para que possam ser aproveitados pelo organismo como fonte de energia. 
Polissacarídeos: são carboidratos grandes, às vezes ramificados, formados pela união de mais de 10 monossacarídeos, ligados em cadeia, construindo assim um polímero de monossacarídeos. Alguns são insolúveis em água e, portanto, não alteram o equilíbrio osmótico das células, outros são solúveis. Os polissacarídeos possuem duas funções biológicas principais, como forma de armazenamento de combustível e como elementos estruturais.
Holosídeos: são os oligossacarídeos e os polissacarídeos que, por hidrólise, produzem somente monossacarídeos.
Heterosídeos: são glicídeos que sofrem hidrólise, produzindo-oses (hidratos de carbonos simples) e outros compostos. 

Carboidratos e correlações clínicas
Intolerância à lactose
A intolerância à lactose é caracterizada como uma incapacidade de digerir a lactose, resultado da deficiência ou ausência de uma enzima intestinal chamada lactase. Esta enzima possibilita decompor o açúcar do leite em carboidratos mais simples para melhor absorção. Este problema ocorre em cerca de 25% dos brasileiros. Há três tipos de intolerância à lactose, que são decorrentes de diferentes processos, que podem ser:

Deficiência congênita da enzima lactase: Trata-se de um efeito genético raro, relacionado com a incapacidade de produzir a lactase.

Diminuição enzimática secundária a doenças intestinais: tipo bastante comum em crianças no primeiro ano de vida e ocorre devido a diarreias persistentes, ocasionando a morte das células da mucosa intestinal (as produtoras de lactase). Assim, o indivíduo fica com deficiência temporária de lactase até que estas células sejam repostas.

Deficiência primária ou ontogenética: ocorre com o avanço da idade, onde naturalmente, a produção de lactase diminui. Sem a lactase intestinal, a lactose da dieta não é significativamente hidrolisada ou absorvida, permanecendo no intestino, onde age osmoticamente atraindo água para dentro do intestino. A lactose é, então, convertida em ácido láctico e CO2 por bactérias intestinais causando os sintomas mais comuns que são náuseas, dores abdominais, diarreia ácida, flatulência e desconforto. Como tratamento, recomenda-se a redução ou eliminação do leite e seus derivados da dieta. A ingestão de vegetais verdes como brócolis, ajuda a assegurar uma ingestão adequada de cálcio ou ingerir lactase em forma de capsula antes das refeições para se ter uma refeição normal.

Referências
Bioquímica ilustrada - Richard A. Harvey ; Denise R. Ferrier - 5 ed. editora artmed.
Enzilab - www.enzilab.com.br - acesso em 25 de Julho de 2013.
Manual de bioquímica com correlações clínicas - Thomas M. Devlin - 7 ed. editora Blucher.
Wikipédia - www.wikipedia.org acesso em 26 de Julho de 2013.

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