sexta-feira, 12 de julho de 2013

Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos

Ácidos graxos ômega-3 (n-3) e ômega-6 (n-6) são aqueles que apresentam insaturações separadas por apenas um carbono metilênico, em que a primeira instauração se encontra na posição 3 ou na posição 6, definindo o número do ômega. É importante lembrar que a enumeração desses ácidos graxos se inicia a partir do grupo metil terminal, ou seja, inversa a enumeração a partir da carboxila.
Ácidos graxos do tipo ômega de cadeia muito longa são de vital importância para a estrutura e função do cérebro e da retina. Alguns deles são o ácido docosahexaenóico (ADH) e o ácido docosapentaenóico (ADP) que são produzidos no retículo endoplasmático de células hepáticas (por meio de alongases, Δ-dessaturases e β-oxidação) a partir dos ácidos linoleico (AL) e alfa-linolênico (AAL)-obtidos pela dieta. Outro ácido graxo de vital importância produzido até mesmo por bebês prematuros, caso ocorra a ativação das Δ-dessaturases, é o ácido araquidônico (AA).
O ADH é importante para a transdução da luz na retina, pois se liga a fosfolipídeos associados a rodopsina, proteína que interage no processo de absorção da luz. O ADH também influencia na manutenção das membranas e receptores cerebrais, prevenindo algumas doenças neuro-degenerativas. Apesar do AA se apresentar em menor concentração que o ADH, ele é de extrema importância no funcionamento dos neurônios.
A razão entre os ácidos graxos n-3 e n-6 de uma população são usados como indicativo de sua qualidade alimentar. Faz-se necessário diminuir essa razão, pois altos valores estão relacionados com doenças cardiovasculares. Por outro lado, o valor deve se manter acima de 1:1 para que não ocorra a inibição da transformação de AL em ácidos graxos de cadeia muito longa.
As hortaliças de coloração verde escura são exemplos de alimentos que apresentam alta concentração de AAL, assim como peixes, aves, arroz, feijão, soja, ervilha, aveia e linhaça.

Referência
MARTIN, Clayton Antunes et al.Ácidos graxos poliinsaturados ômega-3 e ômega-6: importância e ocorrência em alimentos. Rev. Nutr. 2006, vol.19, n.6, pp. 761-770. ISSN 1415-5273. 

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