segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Interleucina-6 como marcador biológico para diagnóstico de tuberculose pulmonar

               Citocinas são polipeptídios ou glicoproteínas extracelulares, hidrossolúveis, que são produzidas por diversos tipos de células em eventos inflamatórios e imunológicos. As citocinas pró-inflamatórias são denominadas interleucinas, secretadas por macrófagos, monócitos, eosinófilos, hepatócitos entre outras células, sendo importantes mediadores da síntese e liberação de proteínas de fase aguda pelos hepatócitos durante traumas, infecções ou queimaduras (Oliveira, 2011). O estudo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará publicado no Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial revela o potencial para se utilizar a interleucinas-6 como marcador biológico para o diagnóstico de tuberculose pulmonar.
              Aparentemente existem vários estudos sobre a imunopatogênese da tuberculose em sua forma ativa, porém há poucas investigações obre a forma latente da tuberculose, que é assintomática, não transmissível, e carece de métodos eficazes e precisos para identifica-la. Os métodos atuais de diagnóstico se baseiam no teste positivo de tuberculina ou análise de liberação de interferon-gamma, que apenas indicam sensibilização devido a maior exposição ao bacilo de Koch (M. tuberculosis).

             Por outro lado, aos olhos dos pesquisadores o estudo dos níveis séricos de interleucina-6 (IL-6) pareceu promissor para um diagnóstico mais preciso da tuberculose em latência, uma vez que essa proteína desempenha m papel relevante na imunopatogênese da tuberculose, participando da ativação de macrófagos. Dessa forma os cientistas decidiram determinar os níveis de IL-6 em pacientes com tuberculose pulmonar ativa e compará-los a indivíduos expostos e indivíduos não expostos ao M. tuberculosis).
             Os resultados demonstraram que indivíduos expostos à tuberculose pulmonar ativa apresentaram níveis séricos de IL-6 significativamente aumentados (3,4 vezes maiores) em relação aos indivíduos não expostos, mas em uma proporção menor (2,5 vezes menor) quando comparado com indivíduos acometidos pela doença ativa. Dessa forma é possível apontar a viabilidade do uso da interleucinas-6 no diagnóstico de tuberculose pulmonar latente, mas estudos futuros ainda são necessários para confirmar estes dados e sua aplicação clínica.

Referências Bibliográficas:

1.LOPES, Fernando Henrique Azevedo et al. Serum levels of interleukin-6 in contacts of active pulmonary tuberculosis. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v.49, n. 6, Dec. 2013.

2. OLIVEIRA, Caio Marcio Barros de et de al. Citocinas e dor. Rev. Bras. Anestesiol., Campinas, v.61, n. 2, Apr. 2011.

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