O leite é uma excelente fonte de proteína animal e o
constituinte dietético mais adequado como fonte de cálcio. Entretanto, a
capacidade de digerir a lactose¹, um dissacarídeo formado
por glicose e galactose², contida no leite depende da presença e da
atividade da enzima lactase, cuja atividade diminui com o passar dos anos
devido a uma redução na sua quantidade no intestino, ocasionando a má-absorção
da lactose¹.
A presença dessas reações pode levar a um menor
consumo de leite e de derivados e, consequentemente, a uma ingestão
insuficiente de cálcio. As diferenças no consumo de cálcio entre indivíduos com
intolerância à lactose (IL) e grupos-controle relatados na literatura são de
aproximadamente 285 mg/dia a 400 mg/dia. Isso predispõe os portadores de IL a
maiores riscos para o desenvolvimento da osteoporose. Quando a absorção de
cálcio pela dieta é insuficiente para repor as perdas diárias, o cálcio é
retirado dos ossos, contribuindo para um balanço negativo no equilíbrio da
remodelação óssea¹.
O tratamento para indivíduos com IL consiste basicamente
da não ingestão de produtos lácteos na dieta, o que se torna um problema, pois
esses alimentos são fontes primárias de cálcio, e, considerando que o corpo
perde quantidades consideráveis desse mineral diariamente, torna-se necessário um suprimento constante de cálcio biodisponível
para garantir a densidade mineral óssea¹.
Dessa forma, se dietas sem
lactose são utilizadas no tratamento da intolerância à lactose, torna-se de
fundamental importância que sejam incluídos nas dietas destes indivíduos uma
boa fonte de cálcio e/ou suplementação de cálcio para atender os níveis de
ingestão diária recomendada. Nos adolescentes e adultos
jovens geralmente se recomenda cálcio na dieta de 1200 a 1500mg por dia. Já nos
adultos a quantia diária varia de acordo com o sexo e presença de menopausa.³ Na tabela seguinte, estão listados alguns alimentos
ricos em cálcio, considerando-se uma dieta sem leite e seus derivados².