A
regulação enzimática trata-se do controle das velocidades das vias metabólicas
através do controle de enzimas-chave. Assim, a regulação pode ser feita por
efetores, de modificações covalentes, ativação de pró-enzimas e por regulação
da transcrição. Alguns dos compostos químicos que modificam a ação
enzimática são chamados de efetores/reguladores alostéricos, podendo distinguir-se
em dois tipos: ativadores e inibidores.
Inibidores
enzimáticos são agentes moleculares que interferem na catalise, reduzindo a
velocidade ou paralisando reações enzimáticas. As enzimas catalisam
praticamente todos os processos celulares, por isso os inibidores enzimáticos
estão entre os mais importantes agentes farmacêuticos conhecidos. Por exemplo,
a Aspirina® (ácido acetilsalicílico) inibe a enzima que catalisa o primeiro
passo na síntese da prostaglandina, composto envolvido em muitos processos,
incluindo o que produz a dor. O estudo de inibidores enzimáticos, além disso,
proveu informação valiosa sobre mecanismos enzimáticos e ajudou a definir
algumas vias metabólicas. Existem duas grandes classes de inibidores
enzimáticos: reversíveis e irreversíveis.
Inibidor competitivo compete
com o substrato pelo sítio ativo de uma enzima. Enquanto o inibidor ocupa o
sítio ativo ele impede a ligação do substrato à enzima. Muitos inibidores
competitivos são compostos que se assemelham ao substrato e se combinam com a
enzima para formar um complexo enzima-inibidor, mas sem levar adiante a
catálise.
Inibidores não competitivos são aqueles que não se
assemelham ao substrato e, portanto, ocupam um sítio diferente do sítio ativo.
A ligação do inibidor à outro sítio permite que o substrato se ligue ao sítio
ativo da enzima, mas não ocorre a reação nem a formação do produto.
Inibidores irreversíveis são aqueles que se ligam às enzimas com alta afinidade, não apresentando um equilíbrio de ligação. Ou seja, se ligam permanentemente às enzimas, inativando-as ou destruindo-as. Alguns inibidores irreversíveis são venenos, como é o caso de inseticidas organofosforados e carbamatos.
Inibidores na clínica
Muitas drogas desenvolvidas atualmente para o tratamento de
patologias são inibidores enzimáticos. Esse é o caso de inibidores da acetilcolinesterase,
que têm o efeito de manter a função cognitiva dos pacientes em um nível
constante, além de melhorar as condições gerais. Na presença de inibidores, há
um aumento na concentração e no tempo de ação da acetilcolina na sinapse. Inibidores
enzimáticos também são usados no tratamento de pessoas com AIDS. São inibidores
de proteases do vírus HIV que previnem que células T infectadas produzam novas
cópias do vírus. Esse tratamento prolonga a vida dos pacientes por manter a
infecção controlada. Para que tenham um efeito satisfatório, devem ser
utilizados juntamente com inibidores da transcriptase reversa.
Referências
http://link.springer.com/article/10.1023%2FA%3A1007679709322
http://www2.bioqmed.ufrj.br/enzimas/inibidores.htm
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABVBsAH/trabalho-inibidores-enzimaticos-1