A Creatina é um nutriente natural encontrado em
carne animal, é considerado um efetivo nutriente ergogênico e a suplementação
da creatina melhora o desempenho físico humano. Uma vez dentro da célula, a
creatina é fosforilada a fosfocreatina durante o repouso pela enzima creatina
quinase (CK). Essa enzima possui funções de extrema importância como: criar um
reservatório energético prontamente disponível; prevenir um aumento do ADP livre
intracelular; criar um reservatório de prótons, permitir sinalização para
início da glicogenólise no exercício, entre outros. ¹
As
concentrações plasmáticas de creatina quinase (CK), uma enzima que se localiza
no interior do “músculo”², têm sido utilizadas como um indicador do estresse
imposto à musculatura esquelética,decorrente de contrações excêntricas em
diferentes modalidades esportivas, como o futebol, e também como um fator de
monitoramento da carga de treinamento. Quanto mais intenso e duradouro for o
exercício, maior é a quantidade de micro traumas musculares que permitem o
extravasamento desta enzima para o meio extracelular.³ Sendo assim, a CK pode
atuar como sinalizadora de lesão muscular ao ser detectada no sangue.²
Lazarim
e colaboradores (2009) trouxeram dados inovadores para a literatura do futebol,
indicando que níveis plasmáticos acima de 975 U/L da enzima creatina quinase (CK) poderiam
indicar um quadro severo de alteração muscular e, consequentemente, um indício
de que o atleta estaria em possível quadro de instalação do overtraining (síndrome do
supertreinamento).²
Uma
hipótese que pretende explicar a lesão muscular induzida pelo exercício físico
sugere que a perda de integridade da estrutura da membrana celular deve-se,
sobretudo, a um estresse metabólico, consequência de um ataque de espécies
reativas de oxigênio ao sarcolema, ocasionando um processo de lesão oxidativa
na membrana. Dessa forma, a liberação de proteínas musculares, tais como a CK,
é tida como uma evidência de dano muscular, pois normalmente esta enzima é
incapaz de atravessar membranas celulares. Considera-se, portanto, que a
liberação de CK, via vasos linfáticos, refletiria alterações importantes
ocorridas na estrutura das membranas, tornando-as mais permeáveis a grandes
moléculas tais como as proteínas. ² Tal situação é demonstrada na figura a
seguir (Figura 01).
Para
exemplificar a variação dos níveis de CK no sangue de futebolistas pré e
pós-jogos, pode-se observar o gráfico seguinte (figura 02), retirado de um
artigo que trata da avaliação sérica de danos musculares e oxidativos em atletas
após partida de futsal³ Nele, fica evidente que há um aumento significativo nos
níveis de CK imediatamente após o término dos jogos 1 e 2, quando comparados
aos valores pré-jogo.4